quarta-feira, 4 de abril de 2012

Técnicos e treino no futebol

Fala Pessoal,

Acabo de ler o post do Cosme Rímoli sobre a reserva de mercado do posto de técnico da seleção brasileira de futebol. Gostei. E vou além.

Não sei quem já teve oportunidade de jogar futebol, ou treinar o esporte um pouco mais a sério.

Quem já treinou sabe como é o "esquema" de treino que predomina, na maioria das vezes. Não muda muita coisa de treinador para treinador. Claro, cada um tem suas preferências no esquema tático, mas o grosso não muda muita coisa não. Nunca você vai ouvir um jogador falando que tal treinador fez um treino que ele nunca viu na vida.

As únicas exceções de que eu já ouvi falar foram o Guardiola e o Mourinho. Do treino do primeiro dizem que os caras quase não conseguem andar depois, de tão cansados.

Aqui no Brasil, é raro ver jogador encarando o treino 100% do tempo como se fosse jogo. Até porque muitos se poupam durante o treino físico para o hora do coletivo, que é quando o treinador dá mais atenção as desempenho do elenco.

Bom, passada essa breve crítica, começo outra.

Na minha visão, falta ao treinador de futebol, o brasileiro inclusive, o olhar microanalítico de jogo.

O que raios é esse olhar "microanalítico"?

Para ilustrar, a análise "macro" seria falar: o time teve bastante posse de bola, deu muitos chutes no gol, usou bastante a linha de fundo. Essa é a análise que praticamente todo mundo faz hoje em dia, tanto técnicos, quanto jogadores, e, principalmente, a imprensa.

A análise "micro", por outro lado, seria falar: qual jogador teve mais posse de bola; em que região do campo ele teve a posse de bola; de onde chutamos no gol; quem chutou no gol; por onde saiu o chute errado; quantos cruzamentos foram certos, etc.

Deu pra entender?

Hoje praticamente nenhum técnico analisa minuciosamente os dados de sua equipe, pra saber, por exemplo, quantos cruzamentos o lateral de fato cruzou certo.

Esses dias eu li que já existe uma empresa fazendo estatística esportiva no Brasil, e ela indicou, por exemplo, que o melhor "cruzador" do país é o Leo Moura, que acerta 27% das tentativas.

27%!!! Isso é uma em cada quatro!!

Se fosse treinador, diante de um número desses do melhor cruzador do Brasil, eu proibiria qualquer jogador meu de cruzar a bola, porque o aproveitamento seria melhor se recomeçasse a jogada.

Esse é só um exemplo do "amadorismo profissional" que ainda existe no maior esporte do país.

Abraços!

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