terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Entrevista do Mario Gobbi na ESPN

Pessoal,

Segue a entrevista para quem não viu:

http://espn.uol.com.br/video/479202_questionado-sobre-tragedia-de-oruro-gobbi-se-irrita-e-ataca-voces-cobram-do-dirigente-o-que-cabe-ao-estado

Olha, apesar do tom desnecessariamente agressivo do presidente Mario Gobbi, ele está certo em muita coisa que falou.

De fato, não tem nada a ver relacionar a defesa que o presidente fez aos presos de Oruro com o que eles fizeram depois de serem soltos.

A pergunta "você se arrepende do que fez por eles por conta de eles terem brigado depois?" é simplesmente absurda em si mesma. Por que o cara se arrependeria de ter defendido 12 pessoas que todo mundo soube que não tinham nada a ver com o lançamento do luminoso???

Uma coisa não tem nada a ver com a outra, realmente.

Os jornalistas ali, na minha opinião, erraram feio.

E, de fato, ficou difícil debater assuntos jurídicos com os jornalistas se apoiando em conhecimentos populares de Direito. Deu pra ver que a base técnica do Mario Gobbi falou mais alto, e muito teve de fato a ver com o despreparo dos jornalistas para o assunto.

Até.

O ovo ou a galinha?

Fala pessoal,

Ontem o Fernando Meligeni escreveu o seguinte post: http://espn.uol.com.br/post/478895_respeito-ao-tenis-brasileiro.

Basicamente, a discussão girou em torno da reclamação de alguns telespectadores da ESPN pelo fato de o canal ter decidido passar a partida do Marcelo Melo e não a da Serena.

E aí, o que dá pra dizer disso?

O Fininho se apoia muito no argumento de que temos que apoiar o tênis quando temos a oportunidade, afinal, somos quase que por imposição o país do futebol. Não discordo disso.

O que eu fico me perguntando é: será que realmente esse "apoio" da ESPN (ao televisionar o jogo) tem algum efeito sobre o crescimento ou fortalecimento DO TÊNIS no Brasil?

Claro, pro Melo é ótimo. Para os patrocinadores dele também. Para a ESPN talvez também seja, porque a audiência TALVEZ seja melhor do que a do jogo da Serena (mesmo que este não seja o motivo da tomada de decisão).

Mas... e para o tênis mesmo? Será que passar o jogo do Melo ajuda de alguma forma a trazer mais praticantes para a modalidade? Será que as pessoas impactadas pelo jogo não são só as pessoas que JÁ GOSTAM do tênis?

Vejam, estou analisando apenas e tão somente o fato de televisionar o jogo.

Acho que tenho uma visão um pouco diferente do Meligeni, e aqui vão alguns breves motivos.

Primeiro, não vejo um impacto imediato sobre o tênis brasileiro com a transmissão dos jogos do Marcelo Melo (ou de qualquer outro brasileiro, vale dizer). Isso porque a massa (volume, mercado consumidor, etc) de pessoas que assistem tênis na TV, via de regra, já é feita de pessoas que curtem bastante o esporte, ou seja, não estão tomando gosto pelo negócio porque está passando na TV.

Segundo, acho que o impacto da transmissão é muito bom para os atletas de ponta do Brasil, mas talvez seja só.

Explico: o Marcelo Melo, quando for negociar um contrato de patrocínio vai poder falar "adidas/nike/head/centauro, meus jogos são televisionados, a marca de vocês vai chegar pra mais gente, etc". Excelente pra ele, e excelente pros nossos atletas de ponta. Nada errado com isso. Mas isso não melhora o tênis, do mesmo jeito que o futebol brasileiro não está melhorando POR CAUSA dos salários de um milhão de reais que estão distribuindo por aí.

O que significa o "esporte crescer e se fortalecer"? Sério.

Significa o top5 do Brasil ganhar mais dinheiro? Significa os materiais esportivos de tênis venderem mais no Brasil? Significa os jogos de tênis darem mais audiência?

Pra mim "crescer e se fortalecer" talvez tenha outro significado.

Eu vejo crescimento e fortalecimento com outras característica: mais gente praticando o esporte, mais gente vivendo do esporte, mais qualidade nos jogos jogados no território nacional, mais eventos realizados, mais simbiose entre esporte e educação...e por acaso alguém vê relação direta entre essas coisas e o jogo do Marcelo Melo passando na televisão?

Pra não parecer apenas contestador, eu digo que vejo benefícios para o Tênis com a transmissão sim, mas de maneira diferente do Meligeni (acho). E por quê? Porque pra mim os benefícios existem, mas são somente indiretos para o esporte. E muuuito indiretos.

Como? Dou alguns exemplos.

O jogo passa na televisão. O Melo ganha mais dinheiro. Garoto que quer profissionalizar gosta que dá pra ganhar mais dinheiro com o esporte no Brasil. Garoto se esforça mais. Vários garotos se esforçam mais. O esporte cresceu.

Ou

Garoto vê o jogo na televisão. Garoto pede para os pais para jogar pela primeira vez, ou corre atrás. Garoto joga tênis pela primeira vez. O esporte cresceu.

Olha como o benefício é indireto. Não consigo fazer uma relação direta entre o jogo passar na televisão é o "esporte crescer e se fortalecer".

Longe de achar que estou certo, esta é só uma humilde e bem contestável opinião.

Fico por aqui.

Abraços!




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Eu já tinha avisado: tocedores do Corinthians presos pelo crime de quadrilha

Fala pessoal,

Hoje vejo a notícia de que os torcedores do Corinthians que invadiram o CT foram presos.

Aparentemente (peço desculpa pela imprecisão e desconhecimento total dos fatos), a polícia de São Paulo cumpriu mandados de prisão na noite de hoje.

Segundo esta notícia do GLOBO.COM, os torcedores responderão por crime de quadrilha.

Pelo que vi, e como já tinha avisado, é o único crime que, em tese, poderia gerar a expedição de um mandado de prisão, por causa da pena máxima que a lei atriu a ele (a pena é muito baixa para o crime de dano, por exemplo, então não podem prender alguém por este crime antes de uma sentença).

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2014/02/policia-cumpre-mandados-de-prisao-contra-invasores-do-ct-do-corinthians.html

Para quem não viu o outro post em que expliquei um pouco do que poderia acontecer com os torcedores, vale a leitura:

http://esporteeminhaamante.blogspot.com.br/2014/02/possibilidade-unica-de-punicao-aos.html

Um abraço!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Invasão e rolezinho são a mesma coisa?

Fala pessoal,

Hoje a ESPN divulgou esta notícia:

http://espn.uol.com.br/noticia/386791_para-delegado-invasao-de-ct-corintiano-tem-cara-de-rolezinho

Na minha opinião, pelos motivos que já expliquei no post anterior, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Invasão criminosa, com formação de quadrilha, é bem diferente de "rolezinho".

A invasão do Corinthians teve como precedente uma "combinação" para que outros crimes sérios fossem praticados, enquanto o rolezinho pode ser definido até por seus maiores críticos como "baderna". Baderna é bem diferente de crime.

Espero muito que a invasão seja investigada de uma forma diferente dos rolezinhos.

Ainda não ouço nada sobre investigação específica de crime de quadrilha. Nem por parte da polícia, nem por parte do Ministério Público.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Possibilidade única de punição aos invasores do Corinthians. Eles praticaram o crime de quadrilha. Análise jurídica do caso.

Fala pessoal,

Tudo bom?

Seguinte, diante dos lamentáveis acontecimentos ocorridos neste último final de semana, resolvi escrever aqui. Percebi que muita gente está falando besteira, então fui atrás de uma advogada criminalista para esclarecer algumas coisas, especialmente a respeito das medidas que poderiam ou deveriam ser tomadas a partir de agora, tanto pelo clube Corinthians (e seu presidente) como pelas autoridades competentes.

Vamos lá?

Primeiro: o Corinthians, a polícia e o Ministério Público têm nas mãos uma oportunidade única de dar o exemplo para as torcidas organizadas, prendendo vários de seus membros pela prática de crimes mais graves, como a formação de quadrilha.

Bastante gente se pergunta como ainda existem torcidas organizadas. Como a polícia, o Ministério Público e o governo deixam esses caras que só fazem confusão existirem e continuarem aí, soltos?

O grande problema, na maioria dos casos, está na impossibilidade de “fechar” uma torcida organizada (uma pessoa jurídica - associação civil), por causa de atitudes de pessoas físicas que não as representam legalmente (os associados). Vale dizer: a pessoa do associado não se confunde com a pessoa da associação.

Outro problema é este: os crimes praticados pelos torcedores tem penas muito baixas geralmente (máximo de 2 anos).

O “B.O” (boletim de ocorrência) dificilmente resulta em prisão, porque esses crimes de penas baixas (lesão corporal, promoção de tumulto, dano, ameaça, etc) permitem um “acordo”, por meio do qual o criminoso paga uma multa, cumpre serviços comunitários ou sofre outros tipos de pequenas restrições.  

Assim, geralmente a polícia, o Ministério Público e o Judiciário ficam de mãos atadas. A lei não permite a punição rigorosa.

Acontece que NESTE CASO DA INVASÃO, é possível dizer que várias das pessoas envolvidas também praticaram crimes bem mais graves do que estes aí de cima. Crimes que podem leva-los de verdade à prisão.

Claro, a “Associação Torcida Organizada” não deixaria de existir, até porque não é responsável por atos de seus membros, mas perderia bastante força seu lado “reprovável” com a punição dos membros que SÃO EFETIVAMENTE bagunceiros (os de boas intenções não são punidos).

Querem ver?

O crime de quadrilha, que hoje se chama “crime de Associação Criminosa”, está no Artigo 288 do Código Penal, e diz assim: 

Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Em todos os casos envolvendo torcidas organizadas, o problema sempre foi com este trechinho da lei “fim específico de cometer crimes”, porque por mais que os organizados fossem no estádio juntos, considera-se que eles não se juntaram especificamente pra brigar ou para praticar crimes.

Mas neste caso específico da invasão, é muito claro que aquelas pessoas que se reuniram e invadiram o Corinthians tinham sim o fim específico de cometer crimes (no plural).

Os crimes seriam: ameaça, dano, constrangimento ilegal, violação de domicílio, esbulho possessório e lesão corporal, no mínimo. Não vou falar do furto de celulares, porque, ao menos em tese, os caras não entraram no clube com este fim específico.

Fica claro, então, que ao menos desta vez existe uma claríssima oportunidade de punir mais rigorosamente os briguentos invasores. Eles teriam praticado o crime de quadrilha.

E sabem o que é bom? O Corinthians não precisaria mover uma palha para que os invasores fossem punidos pelo crime de quadrilha, pois a polícia é obrigada a investigar esse crime, queira o Corinthians ou não. Juridicamente: o crime não depende de representação (o que acontece com vários dos outros crimes: lesão corporal, dano, etc).

Para que a polícia investigue o crime de quadrilha, basta que chegue a ela uma “notícia” de que tal crime foi praticado. O mesmo com o crime de constrangimento ilegal, por exemplo.

Assim, por mais que o Corinthians não precise fazer nada, seria de muito bom tom que apresentasse, junto com a petição que o presidente Mario Gobbi falou que vai apresentar, um pedido de apuração do crime de quadrilha também.

Vamos falar de outras coisas jurídicas que cercam o caso?

O presidente Mario Gobbi falou que vai tomar todas as atitudes que cabem a ele e ao Corinthians.

Acontece que em casos criminais, muitas vezes a atuação da polícia e do Ministério Público dependem da vontade da vítima. Ou seja, estes dois órgãos só podem atuar se a vítima “representar” a vontade de que seus agressores sejam punidos.

Gostaria de saber se o presidente do Corinthians, como representante da vítima (clube), vai apresentar uma representação pelo crime de dano (artigo 163 do Código Penal) por exemplo? Isso não ficou claro em sua entrevista.

Gostaria de saber também se o presidente vai propor uma ação de reparação de danos materiais contra os invasores que forem identificados? Claro, além dos danos físicos que o clube sofreu (grade arrebentada, no mínimo), o clube também sofreu um dano à sua imagem com a invasão ilícita. Isso não ficou claro em sua entrevista.

Também tenho perguntas para a polícia e para o Ministério Público, vejam:

Houve crime de constrangimento ilegal durante a invasão? Há inquérito instaurado, ou requisição do Ministério Público para que se investigue este crime?

Os policiais que entraram no clube presenciaram algum fato criminoso? Se sim, houve alguma prisão em flagrante? Por quê?

Vou concluir agora.

A punição aos envolvidos na invasão é um fato que deve ser analisado isoladamente aos olhos da lei. Tanto faz se quem estava lá é da torcida organizada, se estava em Oruro ou se estava em outra briga de torcidas.

O simples fato de ter se associado especificamente para cometer crimes é digno de punição. O simples fato de ameaçar é digno de punição. O simples fato de danificar algo que pertence a outra pessoa é digno de punição.

Isso não tem nada a ver com torcedores organizados em si, ou com torcedores de um clube específico. Tem a ver com pessoas que praticaram alguns crimes. E que devem ser punidas.

Pelo bem do nosso futebol, e pelo respeito ao Estado em que vivemos.

Abraços.


Zacha. 

sábado, 25 de maio de 2013

Corinthians e Miami Heat

Fala pessoal,

Tudo certo?

Ontem (sexta-feira) duas análises esportivas me chamaram muito a atenção.

A primeira foi feita por um comentarista estrangeiro (Bruce Bowen) que participava do programa "The book is on the table" da ESPN. A segunda foi feita pelo Tite, em entrevista coletiva que ouvi na CBN/FM de madrugada, salvo engano.

O primeiro analisou o último lance da partida dos playoffs entre Miami Heat e Indiana Pacers. A bola decisiva foi colocada na mão de Lebron James, e ele não decepcionou.

Tite, por sua vez, não viu problema em dizer aos jornalistas qual seria seu time titular.

E o que estes dois fatos tem a ver?

Os dois demonstraram certa indiferença ao "elemento supresa", teoricamente valorizado no esporte.

Bruce Bowen, o comentarista gringo, foi mais claro ao defender o belo lance de Lebron James.

Perguntado sobre a inexistência de um pivô importante na defesa dos Pacers na hora da jogada, e se isto poderia ter feito diferença, Bowen disse: "todo mundo sabia que a bola ia para as mãos de Lebron, a questão era saber quão boa seria a execução da jogada".

Conclusão: seja no Heat, seja no Corinthians, muitas vezes a coisa mais importante não é saber o que o time vai fazer, mas sim se conseguirá fazer bem feito, pois isso é o relevante.

Todo mundo sabe como Tite escalará o time, e, em tese, como esse time deve ser marcado. O importante, na verdade, é saber como será a execução das jogadas que o time sempre faz (o Danilo executará bem o passe para o Fabio Santos na linha de fundo? O Emerson conseguirá cortar bem para o meio antes de bater no gol?). 

Tal análise abre os olhos para a importância concorrente da tática com a técnica. Não adianta um time estar perfeito taticamente se a técnica (responsável pela execução de qualquer jogada) não funcionar.

Percepções simples que às vezes passam batidas.

Abraços!


segunda-feira, 6 de maio de 2013

O Zizão tá lendo

Fala pessoal,

Finalmente algo bem bacana de se ver.

O Corinthians conseguiu criar um video rápido, engraçado e muito, mas muito interessante pros seus patrocinadores.

Pra quem não viu: http://www.youtube.com/watch?v=ug_YoQsh9PA

Muito boa a iniciativa do time por diversos motivos: usa os jogadores do time (o que é muito pouco comum de se ver no Brasil, infelizmente), aproveita a "desvantagem" do chinês gente boa, pega o vácuo das piadinhas que já circulavam na web, cita nominalmente os patrocinadores do clube, etc.

Parabéns ao criador da idéia.

Abraços

domingo, 5 de maio de 2013

Neymar e o "prejuízo" do Santos

Fala pessoal,

Faço uma breve reflexão sobre o pavor que supostamente está surgindo nos corredores do Santos.

Dizem (sim, "dizem" na terceira pessoa do plural mesmo, porque a imprensa toda publica isso, mas eu nunca soube qual é a fonte) que há a preocupação no Santos de que o Neymar sairia do clube apenas ao final de seu termo contratual, o que faria o clube sair de mãos abanando numa eventual negociação.

Há de se dizer que, geralmente, o clube ganha dinheiro na transferência de um jogador pois ele não cumpre o seu contrato até o final. Assim, como "rompe" o seu contrato, o  jogador tem que pagar uma multa prevista ali (normalmente é o clube contratante que paga, p. ex. Real Madrid, Barcelona, etc).

Cumprindo seu contrato até o final, Neymar não vai descumprir nada, e vai fazer o que quiser.

É muito interessante notar que essa discussão somente tomou a dimensão que tomou por ser Neymar. E também por muitos jornalistas desconhecerem a lógica da negociação de um contrato de jogadores de futebol.

Explico.

Bom, vamos pensar num jogador de 18 anos chegando num clube como o Santos, ok?

Basicamente, ele chega lá como um "Zé Ninguém", como uma promessa, geralmente.

Por um lado, o clube não vai querer pagar um salário muito alto para o jogador nem firmar um compromisso muito longo, uma vez que pode ficar "preso" por contrato ao jogador que se revele fraco, ou que tenha problemas de relacionamento, por exemplo (casos muitos identificados com essas situações são os de Lulinha, no Corinthians, e Fábio Costa, no Santos - a despeito da minha opinião pessoal sobre os dois, ok?).

Por outro lado, o clube não vai poder pagar tão pouco assim ou firmar um contrato muito curto, porque se aquele jogador "explode", vai ser muito barato para outro clube aparecer por ali e levar o jogador embora - pagando a multa contratual (que será baixa) ou esperando o final do contrato (que será rápido).

Pensando pelo lado do jogador agora.

O jogador de 18 anos recém chegado ao Santos, em princípio, não vai querer ganhar pouco (óbvio) nem ter um contrato curto. Salário alto é muito bom, e contrato longo dá uma segurança a mais para a vida financeira do jogador (imagina se ele destrói o joelho e o contrato dele é de 6 meses? Vai ser difícil arranjar outro clube que o contrate).

Por outro lado, o jogador sabe que se tiver um salário muito alto e um contrato muito longo, será bem difícil conseguir um clube novo que o contrate caso ele queira sair do Santos no meio da vigência contratual - a multa contratual seria muito alta.

A menos que esse cara fosse o Neymar.

Vamos ver o caso dele um pouco mais de perto. E vamos imaginar o Neymar (seus agentes, na verdade) sentado numa mesa de negociação.

Neymar é um jogador especial. Rende muito dentro de campo, atrai muitos patrocinadores, e é esperança do país para a Copa do Mundo.

Isso significa que sempre (ou por um booom tempo) haverá forte demanda pelo "produto" Neymar.

Basicamente, ele tem muita força na mesa de negociação.

Se o Santos oferecer um salário baixo para ele ele vai embora. Tem quem queira.

Se o Santos oferecer um contrato curto, e ele quiser um longo, ele vai embora. Tem quem queira.

Se o Santos oferecer um contrato longo, e ele quiser um curto, ele vai embora. Tem quem queira.

Viram a dificuldade para o Santos?

Não é difícil imaginar, portanto, como foi custoso para o Santos manter o craque por aqui.

Agora, com o contrato se aproximando do fim, chovem críticas. Dizem que deveriam ter prorrogado o contrato antes, ou que não deveriam ter pago tanto, etc, etc.

Mas a maioria dos críticos deixa de perceber algumas coisas. O lado forte da negociação, diferentemente da maior parte das negociações envolvendo jogadores de futebol, era Neymar. E, principalmente, não percebem que uma grande parte do que o Santos deixar de receber nessa negociação ao final do contrato será percebida justamente durante a vigência do contrato (com patrocínios, exposição da marca, etc).

Vejo muitas críticas. Pouca observação ao caso específico.

Abraços

Lucio na reserva

Fala pessoal,

Voltando brevemente à ativa.

A imprensa de hoje já está anunciando Lucio no banco contra o Corinthians.

Impressionante como parecem criar drama com tudo.

Será que simplesmente não é uma forma de "aquecer" o time para o próximo jogo da Libertadores, que não contará com a presenção do zagueirão?

Pode ser. Pode não ser.

Mas o que impressiona é a constante escolha da imprensa pela versão que rende mais fofocas.

Abraços!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Neymar e as firulas

Fala pessoal,

Mais uma vez as firulas e dribles do Neymar em campo viram notícia.

Minha opinião não muda: o cara tem todo o direito de fazer o que quiser com a bola rolando (seja drible ou firula), da mesma maneira que o jogador adversário tem o direito de fazer a falta que entender por bem.

Parece contraditório, certo? Eu me explico!

O drible E a firula são recursos totalmente legítimos e permitidos pela regra. Eu entendo que o cara tem todo o direito de brincar com a bola, seja com objetividade ou não (aqui acho que me diferencio de comentaristas em geral, que falam em "falta de respeito").

Todo mundo sempre diz que o objetivo do drible tem que ser o gol, ou seja, se o cara dribla "pra trás", é possível dizer que ele está desrespeitando. Acho que o entendimento tem que ser outro. O drible, para mim, tem que ser visto tanto como uma maneira de buscar o gol como de provocar legitimamente o adversário. Se o cara perder a cabeça e agredir o driblador, ótimo para o driblador!

Aí está outra diferença do meu pensamento.

O Globo Esporte, por exemplo, defendeu o fair play do adversário que não fez a falta em Neymar. Ok. Mas se ele fizesse, não acho que teriamos que condená-lo, afinal, falta por falta, o cara está utilizando um recurso também permitido pela regra: FAZER FALTA. O problema, na minha opinião, seria o juiz não marcar a falta, ou dar um eventual cartão, nos casos mais fortes.

O problema é que a visão que sempre temos sobre lances "firuleiros" é viciada.

Sempre que o driblador começa a driblar, o marcador perde a cabeça porque acha que vai ficar desmoralizado se não fizer algo contra o desrespeito contra sua pessoa. E sempre que o driblador sofre a falta faz um teatro e dá entrevistas falando sobre a falta de esportividade do outro.

Que tal seria se o driblador driblasse, o marcador fizesse a falta, os dois levantassem e saissem jogando normalmente??

Acho que ainda falarei mais sobre isso!

Abraços