quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O absurdo da ambulância

Fala pessoal,

Inacreditável o episódio da ambulância no jogo entre Santos e Atlético-MG de ontem.

Imaginem o que aconteceria se fosse o Neymar que precisasse de um atendimento e tivesse sequelas em razão da demora da ambulância pra entrar em campo? 

Isso é mais um daqueles eventos que provam a tese que defendemos por aqui, de que quase tudo no esporte nacional é feito no improviso.

Como acreditar que existe um planejamento financeiro e esportivo a longo prazo se o clube não consegue cumprir uma norma de segurança extremamente básica? Cadê o "planejamento" nessas horas?

Os dirigentes não entendem que, neste mundo moderno, em que o futebol é um negócio de proporções gigantescas, toda forma de "contato" com a marca Santos mostra sua história e seus valores. Não precisa nem dizer o que um fiasco televisionado como esse diz da marca, né?

O estádio, a pista, o ginásio, enfim, o local de exposição do clube é uma das principais ferramentas de marketing e de renda para um clube. Hoje todo mundo fala em "arenas", pra simbolizar que o evento esportivo deve ser a ponta do iceberg no que diz respeito ao uso do espaço de um estádio... mas esse conceito parece não ter sido bem digerido pelas bandas de cá, não é verdade?

Infelizmente, o clube que tem um dos jogadores mais brilhantes que eu já vi jogar parece estar deixando a desejar. Eu digo "parece" porque é isso que transparece de fatos como o de ontem...

Abraços!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A apagão no Brasil x Argentina

Fala pessoal,

Todo mundo sabe qual foi o fiasco da noite de ontem.

Achei muito engraçado, no entanto, que várias vozes tenham se erguido contra a intromissão da política argentina no futebol em razão desse fato.

Claro, existem várias (várias mesmo) críticas a se fazer pelo aproveitamento político do futebol. Eu sou bem contra, pra deixar claro.

O problema é querer associar o apagão a isso.

Claro, é verdade que o jogo foi marcado num estádio sem a devida estrutura por causa dos interesses políticos nacionais daquele país, não discordo. A questão é que um apagão poderia ter ocorrido em qualquer estádio! Simplesmente porque não foi algo previsível. Se acontecesse o mesmo na Bombonera ou no Morumbi ninguém falaria nada...

Claro, essa é a minha posição diante dos fatos que conhecemos! Se amanhã surgir uma informação de que o estádio não recebia manutenção há anos, ou que compraram os geradores mais baratos para a realização do jogo naquela localidade, ok, darei o braço a torcer.

Mas o fato do apagão não justifica, por si só, as críticas que tem sido feitas, na minha opinião.

Abraços

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Aposentadoria

Fala pessoal,

Aproveitando o gancho do ultimo post do Blog do Fininho (http://espn.estadao.com.br/post/285026_hoje-o-papo-e-sobre-aposentadoria-ate-quando-jogar), pensei em falar sobre aposentadoria dos atletas.

Quem já passou por aqui sabe que tenho um olhar bem pessoal sobre a vida de atletas no que diz respeito ao cuidado com as suas finanças pessoais.

E é aqui que já fixo um ponto diferente do que sempre leio por aí.

Estamos acostumados a ler que um atleta deve parar "por cima" ou "enquanto ainda está no auge". Eu pessoalmente, acho que esse conselho não tem nada a ver, na maioria dos casos, e me explico.

Na minha opinião, o que o atleta tem que levar em condideração na hora de parar é sua vida financeira pós-quadra/campo/pista.

Veja só.

Para o atleta que vive seu auge aos 30 e poucos anos, talvez realmente valha a pena parar enquanto está bem, mas por um motivo claro: a imagem de fixada no fim de carreira pode lhe render mais frutos do que a decisão de jogar 1 ou 2 anos a mais - ele pode ganhar uma boa grana em torneios nesses 2 anos, ou nem tanto, mas correr o risco de se aposentar sem uma imagem tão bacana; se decidir parar, no entanto, pode virar comentarista por 10 anos, ser contratado como garoto propaganda de alguma marca, virar técnico, etc.

Na maioria das vezes, no entanto, o conselho de "parar enquanto está bem" não valeria a pena, na minha opinião. Uso como exemplo o caso do tenista. Na minha opinião, o cara não podia parar justamente quando estava bem, porque sua vida financeira dependia daquela boa fase. Infelizmente, por motivos ainda não muito claros para mim, o cara não tinha uma grande repercussão de mídia, patrocinadores, etc.

Como você vai chegar num cara desse e falar: "olha, aposente-se agora que você está ganhando uma grana legal, para enquanto está por cima"??

São casos e casos. Para o Federer, por exemplo, não seria tão mau negócio parar agora. Mesmo inativo, o cara com certeza manteria uma porrada de patrocinadores, viajaria o mundo com tudo pago, receberia inúmeros convites para eventos, etc.

São casos e casos. O problema é que a grande mídia geralmente pega os caras absurdos (Ronaldo, Guga, etc) e fala generalizando "tem que parar quando está por cima".

O negócio não é bem assim...

Abraços!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sobre os pontos corridos

Fala pessoal,

Uma coisa que me deixa incomodado faz tempo é a falta de percepção da mídia com as peculiaridades dos campeonatos disputados em pontos corridos.

Basta um time perder duas partidas seguidas que já dizem que o rendimento do time caiu, que o time amarelou, etc.

Eu não estou dizendo que isso não pode acontecer, mas na maioria das vezes os caras que falam isso "apagam" uma coisa essencial: esse campeonato é jogado no sistema "todos contra todos"!

E o que isso tem a ver?

Imagina só. O Newcastle, time médio na Inglaterra, começa o campenato com 4 derrotas. Isso significa um mal começo? Não necessariamente!

Isso porque os 4 primeiros jogos do time podem ter sido contra Manchester, Arsenal, Liverpool e City. Dentro desse contexto, é previsível e "esperável" que tenha 4 derrotas.

A coisa muda se as 4 primeiras partidas forem contra times pequenos. Neste caso, se sucederem 4 derrotas poderia se falar em uma crise, ou um mal começo.

No Brasil, no entanto, basta o time perder 2 partidas que já vem bomba. A análise, no meu ponto de vista, tem que levar em conta quem são os adversários!!

É o caso do Palmeiras, na atual fase. Era previsível que o time poderia dar uma afundada nas últimas semanas, porque pegou times mais fortes. Da mesma forma, era previsível que ganhasse mais pontos quando enfrentasse times mais fracos. Ocorre que muitos jornalistas fecham os olhos para as peculiaridades dessas "ondas" de jogos difíceis/jogos fáceis, e seguem o caminho da crítica mais à mão.

Pena.

abraços!

Fim de semana

Fala pessoal,

Não é novidade pra ninguém que esse final de semana foi lamentável nos campos de futebol do país.

Pra mim, os dois fatos mais marcantes foram a "piração" do juiz que mandou retirarem a faixa que protestava contra a arbitragem (http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/serie-a/ultimas-noticias/2012/10/01/arbitro-relata-protesto-e-atraso-nos-aflitos-mas-nao-explica-pedido-para-retirar-faixa.htm), e a confusão com a menina que queria a camisa do Lucas em Curitiba (http://www.espbr.com/noticias/lucas-lamenta-briga-causa-camisa).

O primeiro gera tristeza não só pelo aspecto esportivo da coisa. Quer dizer, nem muito de esporte tem essa polêmica.

Uma pessoa resolveu abrir uma faixa como protesto, e escolheu o estádio de futebol para isso. O árbitro de futebol (!!!) manda recolherem a faixa e os policiais obedecem.

Não sei o que é mais absurdo. Um árbitro achando que tem esse poder, os policiais obedecendo a uma ordem manifestamente ilegal (ao invés de "garantir a ordem", como sempre fazem - que neste caso seria assegurar o direito da pessoa que leveou a faixa), ou, mais absurdo ainda de acreditar: uma pessoa fazendo um protesto bacana num estádio! Rs, isso foi uma piada, ok, só pra deixar claro.

No segundo caso, a pretexto de impedir a entrada de um objeto são-paulino na torcida do Coxa, os torcedores quase violentaram uma garota de 13 anos e seu pai.

Isso diz muito sobre o que as pessoas vão fazer no estádio... poxa, se o cara estivesse ali pra se divertir será que compraria uma briga tão estúpida quanto esta? Fico me perguntando o que aconteceria se o Lucas perguntasse a um dos agitadinhos: "meu amigo, por que esse nervosismo? Você veio aqui se divertir? Acho que vir ao estádio está fazendo mal a você e a sua saúde". Infelizmente ele não foi sagaz no momento em que estava sob cusparadas.

Concluindo.

Nada disso que aconteceu foi novo. Toda semana vemos coisas que "gritam" que o esporte em geral não é encarado como deveria por torcedores, atletas e dirigentes.

O que achei bom nestes casos foi a atenção dada à inércia e incompetência das autoridades para lidar com o problema, nos casos em particular, a polícia.

Longe de mim ser extremista e chamar a polícia de fascista, etc, etc, como fazem alguns. O que é indiscutível, no entanto, é a pura incompetência nos casos.

Poxa, um árbitro dá uma ordem para retirar uma faixa e os caras obedecem? Isso não é má-fé do policial, é incompetência de não saber o que diz a leí.

Torcedores furiosos ameaçam uma garota de 13 anos por causa de uma camisa e os policiais não se movimentam? Isso não é má-fé, é incompetência de não conhecer o dever funcional que lhes cabe.

Enfim, e assim vai caminhando o esporte nacional.

E "esse é o país que vai receber...."

abraços!