sexta-feira, 6 de abril de 2012

Meligeni

Fala pessoal,

Acabei de cruzar com o ídolo Fernando Meligeni levando o filho para passear no Parque do Ibirapuera.

Esse fato da vida me incentivou a escrever sobre esse memorável ex-jogador.

Fininho é um dos maiores jogadores de tênis da história do Brasil, e, sem dúvida nenhuma, é o mais carismático ao lado do Guga.

Meligeni chegou a ocupar o nº 25 do ranking da ATP e durante muitos anos figurou entre os top 100 (a primeira vez que "furou" o top 100 foi em 1993!).

Em 1999, Fininho fez uma lendária campanha em Roland Garros. Ele derrotou, por exemplo, o Felix Mantilla, uma cara osso duríssimo, que jogava muito no saibro, e o Patrick Rafter, que se não era saibrista tinha "experi" de sobra (chegou a ser nº 1 do mundo). Depois ainda bateu o Alex Corretja, outro especialista no piso, que chegou a ser nº 2 do mundo!

Fino perdeu na semi para o Medvedev, mas encantou todo mundo naquelas duas semanas em Paris.

Bom, vamos aos motivos que fazem do cara um atleta admirável.

Antes de tudo, a raça e dedicação que o cara sempre mostrou dentro da quadra. Várias foram as vezes que vimos o louco pulando pra alcançar umas bolas impossíveis, sem contar que ele vendia muito duro qualquer ponto. Tinha que ganhar do cara mesmo, senão ele te engolia.

Depois, uma coisa que ninguém fala: a regularidade do cara durante a carreira. Fininho pode não ter ganhado inúmeros torneios (Praga, Pinehurst - http://www.youtube.com/watch?v=IotaD7vkk4E, vitória na final sobre Wilander -, e Bastad), mas sempre tava ali brigando nas principais competições, e terminando entre os tops vários anos seguidos.

Por fim, e muito marcante, o cara é o símbolo do Brasil na Davis, na minha opinião. Muitas vezes encarava os "favoritos", chegava no jogo e surpreendia. Tudo porque deixava tudo dentro da quadra, e parecia que sabia o que estavam esperando dele quando representava o país.

Pra mim, o Fininho traz muitas boas lembranças, pois acompanhava muito de perto o seu desempenho. Tava na minha adolescência, disputando torneios de federação, e olhava com muita admiração para o cara.

Lembro, como quase todo mundo que gosta de tênis, do jogo entre ele e o Marcelo Rios, um dos jogadores mais talentosos de todos os tempos, na minha opinião - http://www.youtube.com/watch?v=V6nCuicB59w.

Enfim, a época auge do Fininho coincidiu com os bons momentos da carreira do Guga também, então pra quem gosta de tênis foi uma época de ouro no país.

Terminada a carreira dentro das quadras, Fininho se aventurou do lado de fora, chegando a comandar o time brasileiro na Copa Davis.

Tenho uma lembrança bem curiosa a respeito desse fato. Um dia fui assistir ao Aberto de São Paulo no Parque Villa Lobos, e em um horário fora de jogo, por acaso, eu estava na arquibancada da quadra central vendo algum jogador treinar (acho que era o Saretta, mas não tenho certeza). As arquibancadas já estavam vazias quando o Fininho apareceu na quadra, de bermudão, e resolveu bater uma bola com o tal jogador.

Pouco tempo depois pedi pra bater uma bola com ele, afinal o cara era meu ídolo, vai saber né. Ele pediu desculpas e falou que tinha uma reunião.

Claro que na hora fiquei triste, mas depois fui entender. A notícia de que ele comandaria o time brasileiro saiu no dia seguinte, ou alguns dias depois daquilo.

Se um dia ele vier a ler isso eu já peço desculpas se o incomodei cumprimentando-o no parque do Ibirapuera hoje enquanto estava com seu filho.

Mas ele tem que entender. Quem é tenista brasileiro é órfão do Fernando Meligeni!

Abraço

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