quinta-feira, 28 de junho de 2012

Polêmica da Jade

Fala pessoal,

Vou aproveitar esta recente polêmica da Jade Barbosa para levantar uma questão.

Pra quem não viu, hoje saiu em alguns jornais a notícia de que a Jade não irá às Olimpíadas por ter deixado de assinar um termo/contrato específico da Confederação Brasileira.

Segundo o Estadão (e isso eu não tenho como confirmar, deixo claro), a principal discórdia se daria em razão de a Jade não aceitar competir expondo a marca patrocinadora da Confederação sem ser individualmente patrocinada pela tal marca.

Resumindo, a Jade não teria achado justo vincular sua imagem para a patrocinadora da Confederação sem ser remunerada para isso.

Justo?

Então, essa é uma questão de longa data nas Olimpíadas.

Geralmente acontece quando o jogador é patrocinado em sua carreira pela marca X, e a sua Confederação ou o Comitê Olimpico é patrocinado pela marca Y.

É mais ou menos o que aconteceu com o Guga nas Olimpiadas de Sydney.

Naquele ano, Guga era patrocinado pela Diadora, e o COB pela Olimpikus. O impasse quase deixou o nº 1 do mundo de fora da competição, mas no fim chegou-se a um acordo.

Esta notícia da Istoé à época resume bem o conflito: http://www.terra.com.br/istoe-temp/1615/brasil/1615_vitoria.htm

Guga jogou com um uniforme "liso", sem marcas, e apenas exporia a marca da Olimpikus caso fosse ao pódio.

Pessoalmente, acho muito justa essa batalha dos atletas a fim de honrar seus compromissos com seus patrocinadores individuais.

É muito fácil para a opinião pública/dirigentes taxarem o atleta de mercenário, ou dizer que ele não tem amor pela pátria pelo fato de não aceitar jogar as Olimpiadas por disputa financeira de seu patrocinador.

Mas calma aí.

Quem foi que realmente apoiou o esporte? Quem foi que pagou o salário do cara durante os 4 anos que antecederam os Jogos? Enfim, quem colocou de verdade a mão no bolso por ele?

Claro, eu sei que o COB também tem que bancar seus custos de sobrevivência, o que inclui até despesas com os atletas. Mas os patrocinadores individuias não tem grandes "agendas" a cumprir como uma confederação, eles investem diretamente no atleta (e no esporte indiretamente), mesmo que por razões mercadológicas.

Acho muito cômodo alguém que não fez nada pelo atleta em 4 anos surgir na hora "H" querendo exigir o cumprimento de alguma coisa. Complicado...

Na situação específica da Jade talvez haja diferenças, pois até onde sei a Confederação de Ginástica faz bastante coisa pelos seus atletas, mantém um forte centro de treinamento, etc.

Mas mesmo assim, e mesmo se a questão for da forma como expôs o Estadão, eu ainda fico do lado da atleta nesse assunto.

Afinal, não é ela quem vai associar sua imagem à patrocinadora? Então é ela quem tem que receber por isso.

Abraços!

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